sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Saudades do Portinho


Hoje me bateu uma saudade profunda da minha Porto Alegre ao ler um poema de Mário Quintana. Por mais que goste desta Brasília que aprendi a amar, não há como esquecer o primeiro amor. Saudade daquela picanha do 35, dos peixes e tartarugas do parcão Saudades do Beira-rio. Saudades do Iguatemi e da Rua da praia. Enfim, um pouco de nostalgia alimenta a paixão.
Só mesmo um poeta para ligar este gatilho de amor no coração e na mente das pessoas.


O MAPA

Olho o mapa da cidade
Como quem examinasse
A anatomia de um corpo...

(É que nem que fosse o meu corpo)

Sinto uma dor infinita
Das ruas de Porto Alegre
Onde jamais passarei...

Há tanta esquina esquisita,
Tanta nuança de paredes,
Há tanta moça bonita
Nas ruas que não andei

(E há uma rua encantada
Que nem em sonho sonhei...)

Quando eu for, um dia desses,
Poeira ou folha levada
No vento da madrugada,
Serei um pouco do nada
Invisível, delicioso

Que faz com que o teu ar
Pareça mais um olhar,
Suave mistério amoroso,
Cidade de meu andar
(Deste já tão longo andar!)

E talvez de meu repouso...


Mário Quintana

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Triste fim de Policarpo Palestra


 
Os 90 anos da morte de Lima Barreto e o torcedor Policarpo Palestra…
Por ROBERTO VIEIRA
Policarpo Palestra adorava o Palmeiras.
Nascido em 1942.
Justamente durante o primeiro jogo do Palmeiras.
Policarpo traz no nome o passado do clube.
Homenagem de seu pai.
Palmeirense empedernido e orgulhoso.
Amigo de Oberdã e Ademir da Guia.
Policarpo lembrava do Maracanã em 1951.
Como lembrava da Academia de Julinho.
Mas o velho Policarpo esta semana se enfureceu.
Desacreditando do que via nos jornais e Tvs.
O Palmeiras lutando por um gol ilegal.
Buscando subterfúgio nos tribunais.
Como um clube qualquer sem eira nem beira.
Brigou com a diretoria.
Foi expulso como traidor da pátria.
Teve seu nome apagado da história alviverde.
Foi tido como louco por grande parte dos amigos.
Triste fim do nosso Policarpo Palestra.
Que acabou trancafiado num manicômio.
Mais um louco que não entende as filigranas da vida.
A mais valia dos negócios de Estado.
Outro sonhador de um mundo feito de utopias e grandeza.
Policarpo?
Nem achou a coisa de todo modo ruim.
Fez amizade no manicômio com um doido genial.
Um doido tão doido que detesta futebol mesmo apaixonado pelo Brasil.
Um tal de Lima Barreto…

(Texto retirado de http://www.katador.com.br/triste-fim-do-policarpo-palestra/)